Capelas

Capela Bom Jesus dos Navegantes

A capela do Senhor Bom Jesus dos Navegantes é uma construção do século XVII, realizada pelo Jesuíta Frei Cristovão de Lisboa. Este, ao chegar em São Luís, encontrou em ruínas o Convento de São Francisco, obra dos capuchinhos franceses, que tiveram que o abandonar, quando de sua expulsão. Verificando a importância do convento, o referido jesuíta resolve então edificar um novo, com o nome de convento de Santa Margarida, e junto a este, reconstituiu também, a capelinha onde celebravam seus ofícios.

Além da sua importância arquitetônica, convém ressaltar que foi do coro da mesma que ficava de frente para o mar, que o grande jesuíta Padre Antônio Vieira, em 1654, proferiu seu célebre “Sermão aos Peixes”, o qual caracterizava,  através de parábolas, os homens abastados da época.

Depois da construção da Igreja de Santo Antônio, a primitiva capela foi doada à  irmandade do Senhor Bom Jesus dos Navegantes, que até hoje a mantém. Nela são realizadas as tradicionais solenidades da Quaresma e nela repousam os restos mortais de Ana Jansen e nela foi realizada a primeira exposição de arte sacra no Maranhão na década de 60.
 

Capela Bom Jesus da Coluna

A capela do Senhor Bom Jesus da Coluna é uma construção do século XIX, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histório e Artístico Nacional - IPHAN, e erguida em um terreno doado pela Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Navegantes.

A Irmandade da Coluna, como é conhecida, nasceu nas dependências da Capela dos Navegantes em 1866, sendo formada, também, por vários membros daquela confraria, e com a adesão de novos irmãos precisava de um local próprio para desenvolver suas atividades, que tinha como ponto alto a realização da procissão na segunda sexta-feira da quaresma..

Depois da proibição das procissões quaresmais, pelo Arcebispo Dom Mota de Albuquerque foi perdendo forças, assim como as demais, já não conseguindo manter as despesas com o templo. 

Então na década de 1980 os senhores César Borges de Pádua, Antônio Ramos Cardoso, Paulo Arthur Smith e Augusto Aranha, remanescentes da Irmandade, buscaram junto a Secretaria de Cultura a celebração de um Contrato de Comodato, onde o governo do estado cuidava da manutenção da capela e a Irmandade da parte religiosa.

Em 1991, com a reorganização da entidade e posterior retorno na procissão, a Secretaria de Cultura realizou uma ampla reforma reforma e a restauração da imagem de Bom Jesus da Coluna que sairia novamente em procissão. 

Capela São José da Laranjeiras

Erguida no inicio do século XIX na Rua Grande, a Capela de São José das Laranjeiras é um rico exemplar do estilo rococó. Típico exemplar de capela particular. Possui fachada com frontão curvilíneo contendo volutas e singelo campanário interior e talha harmoniosa.

Originalmente, integrava a Quinta das Laranjeiras, situada no final da Rua Grande e foi construída em 1811/1816, por iniciativa do comerciante português José Gonçalves da Silva, a Capela pertencia à Quinta das Laranjeiras, área do Colégio Marista Maranhense. Gonçalves era o comerciante mais rico do Maranhão no período colonial e atuava como banqueiro, pecuarista, produtor de algodão e dono de dezenas de imóveis em São Luís e no interior do estado. Recebeu vários títulos honoríficos: Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, Comendador da Ordem de Cristo, Brigadeiro dos Reais Exércitos, Alcaide-Mor da Vila de Itapecuru e Comandante do Forte de São Marcos. O comerciante gostava de fazer doações ao Estado e a casa de caridades, o que levou a receber a alcunha de “O Barateiro”. A edificação da Capela demorou cinco anos, sendo inaugurada à 19 de agosto de 1816. A Quinta das Laranjeiras recebe, também, o nome de Quinta do Barão, relacionado ao brigadeiro Paulo José da Silva Gama, o 2º Barão de Bajé, seu segundo proprietário.

A capela possui altar-mor, arco-cruzeiro, guarda-corpo e sanefa, cujos elementos decorativos apresentam elementos do neoclássico e do barroco.

A imagem de São José apresenta talha de alta qualidade, sendo considerada uma peça de importância nacional , representa a transição do barroco para o neoclássico. No altar-mor podemos apreciar, ainda, as imagens de Santa Bárbara e de São Francisco Xavier.

A Capela das Laranjeiras é a única edificação religiosa de São Luís que possui o copiar,
uma área avarandada que servia como espaço de transição entre o interior (sagrado) e o exterior (profano) dos templos.

Capela da Anunciação e Remédios.

Apegada ao Colégio Santa Teresa, das Irmãs Dorotéias (Rua do Egito, Canto com a Igreja do Rosário), está a Capela de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios, cuja construção original data do século XVIII e se deve à piedosa determinação do Bem-Aventurado Gabriel Malagrida, o Apóstolo do Maranhão.

Essa capela foi construída como casa de oração do Asilo de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios, fundada pelo incasável missionário, em 1572. Enquanto se realizavam as obras do recolhimento e da capela, concluídas ambas em agosto de 1753, o asilo funcionou em casa do Padre José Teles Vidigal, no então Largo de João do Vale(atual Praça Benedito Leite), onde está a Escola Técnica do Centro Caixeiral do Maranhão.

Vinculadas por Malagrida às Ursulinas do Coração de Jesus, as recolhidas, cedendo as pressões para que estabelecessem a maior distância possível da memória ultrajada de seu benfeitor e pai espiritual, tiveram, em 1768, deferimento do pedido para que trocassem o seu instituto pelo das agostinianas de Santa Mônica, livrando-se, assim, da antiga "vestimenta e hábitos para não conservarem em si o menor indício dos ditos jesuítas".

Em 1871, D. Luís da Conceição Saraiva inaugurou as novas instalações do Recolhimento, a que dera reorganização em 1865, criando um colégio - o de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios - além do de Santa Teresa, e incorporado a ele o Asilo de Santa Teresa, em razão da Lei No 918, de 20.jul.1870.

Em sucessão às Agostinianas, chegaram, a 19 de janeiro e 1894, as Irmãs Dorotéias Virginia Janozzi, provincial, Dorotéia Morais, superiora, Maria Carolina Beltrão e Francisca Cunha. A 6 de janeiro, após cerimônia religiosa oficiada na Capela do Recolhimento, foram solenemente empossadas na direção do estabelecimento pelo Bispo D. Antônio Alvarenga.

Além de painéis e azulejos antigos, de bela pia de pedra lioz e das lápides existentes na sala mortuária, merece referência, na Capela de Nossa Senhora da Anunciação e Remédios, um banco tosco em que, reza a tradição, o Padre Malagrida "costumava dormir e descansar das fadigas de seu apostolado".