Igrejas

Igreja da Sé

É a Catedral de São Luís do Maranhão, também denominada de Nossa Senhora da Vitória, que, apareceu, na Batalha de Guaxenduba, para proteger os portugueses, que estavam em minoria, e lutavam para expulsar os franceses das terras maranhenses. 

A diocese de São Luís do Maranhão foi criada em 1677, abrangindo desde o Ceará até o Cabo Norte (Amapá), sendo à época dependente do Patriarcado de Lisboa. Nos inícios da diocese, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Vitória foi utilizada como Sé, e o edifício atual não foi construído com o objetivo de ser sede catedralícia.

Construída a partir de 1690 pela Companhia de Jesus, instalada no Maranhão desde os inícios do século XVII, a antiga igreja jesuítica dedicada a Nossa Senhora da Luz, foi levantada com mão-de-obra indígena e inaugurada em 1699. Os planos foram traçados pelo padre luxemburguês João Felipe Bettendorf e enviados a Roma, para sua aprovação. Ao lado da igreja localizava-se o Colégio Jesuíta, um grande centro cultural da região. Em 1760, sua livraria possuía 5000 volumes.

Com a expulsão dos jesuítas em 1759, os bens da Companhia passaram à coroa. Em 1761, numa reforma urbanística ordenada pelo governador Joaquim de Melo e Póvoas, a antiga Sé foi demolida para arejar o largo em frente ao Palácio dos Governadores. Os edifícios jesuítas, que estavam desocupados, ganharam novos usos: o colégio passou a ser o palácio dos bispos e a igreja da Companhia tornou-se a catedral da cidade. A feição decorativa atual do palácio é derivada de uma reforma no século XIX. A fachada da catedral foi alterada no início do século XX, quando ganhou duas torres. Em 1921-22 foi elevada a sede de arquidiocese.

O maior destaque da catedral é o retábulo em talha dourada no altar-mor, realizado nos finais do século XVII. Trata-se de um dos melhores exemplares da época no Brasil colônia, apesar de ter sido um pouco alterado nos inícios do século XIX com a adição de um camarim na parte central.[6] Foi desenhado pelo irmão João Felipe Bettendorf e executado pelo entalhador português Manuel Manços. O retábulo foi tombado pelo IPHAN em 1954.

Igreja do Carmo

A Igreja e Convento do Carmo foram construídos em 1627 e são extrema importância para a história de São Luís. Possuem pouco da construção original, apenas alguns painéis de azulejos datados de 1866. A igreja tem escadaria em pedra de cantaria e está ligada à Fonte do Ribeirão por uma galeria subterrânea.

O Convento serviu de abrigo para as tropas portuguesas na luta contra os holandeses, em 1643, também foi sede do Liceu Maranhense, da Biblioteca Pública e da Polícia Provincial. Ambos ficam em um dos locais mais centrais da cidade antiga e também são famosos porque os padres carmelitas criaram grande polêmica na época da construção do Theatro Artur Azevedo, igualmente situado no largo do Carmo, quando exigiram que a casa de espetáculos ficasse voltada para a rua lateral. 

Igreja de Santana

A igreja de Nossa Senhora de Santana, localizada na rua de Santana, centro, segundo o historiador Gaioso,  foi mandada edificar pelo Cônego João Maria da Leu Costa, em 1790. Apresenta na sua arquitetura elementos decorativos do estilo neoclássico e do barroco. Nas paredes laterais painéis em azulejos portugueses.

É comumente confundida com a extinta Capela de Santa da Sagrada Família, popularmente conhecida como Igreja de Santaninha.

Ela abriga as alfaias e imagens da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, que se extinguiu na década de 60, e  dela sai a Procissão quaresmal de Bom Jesus dos Martírios na 3ª Sexta-Feira da Quaresma, hoje organizada pela comunidade.

Igreja de Santo Antônio

A capela data de 1624, construída por Frei Cristóvão de Lisboa, que chegado de Pernambuco encontrou em ruínas o antigo convento de São Francisco, edificado em 1612, pelos capuchinhos franceses que foram expulsos. Foi nesta capela que Antônio Vieira dissera o célebre “Sermão dos peixes”. Quando a igreja de Santo Antônio foi construída em 1867, os franciscanos doaram à capela a Irmandade do Bom Jesus dos Navegantes.

Tanto a Igreja quanto o Convento de Santo Antônio possuem extrema importância histórica. As reuniões que antecederam as batalhas da Revolta de Beckman, em 1684, foram realizadas dentro das dependências da igreja. Manuel Beckman era um agricultor alemão que expulsou os jesuítas e passou a exigir melhorias para a cidade. 

Na década de 1990, sua Santidade, o papa João Paulo II, em visita ao Brasil, celebrou uma missa nas suas dependências e foi retomada a Procissão Quaresmal do Senhor Bom Jesus da Coluna, que saia de sua capela homônima, anexa a Igreja, que tinha sido proibida pelo Arcebispo de São Luís D. Mota de Albuquerque, na década de 1960.

Igreja de São João Batista

Construída por um ilustre Governador maranhense Ruy Vaz Siqueira, no ano de 1665. Sua construção tem um motivo muito curioso, pois o Governador, que era apaixonado por uma mulher casada e temia um escândalo fez uma promessa à São João Batista: se o romance nunca fosse descoberto ele mandaria construir esta igreja.

Deduz-se então, que este romance permaneceu em segredo, dando à cidade este belo exemplar da arquitetura neoclássica, reconstruída em 1934, traz em sua fachada as indicações: 1665 – SANCTI JOANNIS BAPTISTA ECCLESIA, como na construção original.

Nela repousaram por muitos anos os restos mortais do traidor da Inconfidência Mineira,Joaquim Silvério dos Reis, que fez a denúncia para obter perdão de suas dívidas com a Coroa.

Igreja de São Pantaleão

A antiga igreja de São Pantaleão teve sua primeira pedra de construção lançada em 1780 sob o interesse dos ilustres maranhenses, Pantaleão Rodrigues de Castro e Pedro da Cunha. A igreja deveria ser consagrada em nome de São José, porém como a obra foi abandonada na metade e só depois finalizada por Castro, o prédio recebeu seu nome.

Em uma das dependências da igreja funcionava, desde 1829, a Roda dos Enjeitados, onde crianças recém-nascidas eram abandonadas pelas mães que não queriam ou que não podiam criar os seus filhos, hoje desativada.

O local recebeu um sino, que o vigário de Alcântara providenciou em 1833. Logo depois, as peças originárias de Portugal foram restauradas. Hoje comporta alguns objetos valiosos de Santa Severa, trazidas para o Brasil em 1852 por Frei Dronero.

É famosa por suas festas religiosas, como a de Nossa Senhora de Guadalupe e a de Santa Severa, festejo solene de muita importância para a cidade.

Igreja do Desterro 

A Igreja são José do Desterro é conhecida por ser a mais velha igreja de São Luís e a única no Brasil, a ainda ter traços da arquitetura bizantina, sendo sua primeira construção datada de 1618, quando alí foi erguida uma ermida.

Em 1641 foi saqueada pelo exército holandês, comandado por Koin Anderson, que levou peças sacras de ouro e prata, danificando gravemente a edificação e em 1832 caiu por terra uma segunda vez e o negro José Lé dedicou-se a reconstruí-la, com seus próprios recursos e os que conseguia com os amigos.

Com o fechamento do Convento das Mercês a extinta Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, ali se instalou e continuou com a Procissão de Bom Jesus da Cana Verde, até a década de 1960, quando foi proibida.

Na década de 199O essa procissão quaresmal foi retomada pela comunidade do Desterro, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão e da recém reorganizada Irmandade do Senhor Bom Jesus da Coluna.  

Igreja do Rosário

Em São Luís, no início do século XVIII, estando a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário à procura de um terreno para fundar uma igreja em homenagem ao seu orago, recebeu em maio de 1717 dos frades carmelitas a doação de um terreno que ficava no mesmo local onde havia sido construída, pelos frades franciscanos franceses, em 1612, a segunda mais antiga edificação religiosa de São Luís, a qual foi ocupada, após a expulsão daqueles, por frades carmelitas durante cerca de uma década, ficando assim o lugar conhecido como “Carmo Velho”.

Os confrades da Irmandade, tendo à frente o negro João Luís da Fonseca, denominado Rei (espécie de presidente ou diretor), levaram aproximadamente sessenta anos para construir a sua Igreja, que foi vistoriada em 1772 e benzida em 1776, ocasião em que também foi trasladada a imagem da Virgem do Rosário da Igreja do Carmo para a nova Igreja e dela sai pela primeira vez a Procissão da Caridade.

Durante o século XIX a Igreja do Rosário parece ter sido bastante utilizada não apenas pelos seus proprietários, mas por outras Irmandades, pela sociedade em geral e pelo bispado. Em 1814 saiu da Igreja do Rosário, pela primeira vez, a procissão da Caridade, que objetivava realizar enterros gratuitos para as pessoas pobres. Em 1821 ali eram ministradas aulas de primeiras letras pelo padre Domingos Cadavile Veloso e, no período de 1852 até 1861, serviu de Igreja Matriz, visto que a Catedral da Sé havia sido atingida por um raio.

Mais tarde com a decadência das Irmandades religiosas em geral, a Igreja do Rosário entrou em processo de rápida deterioração. Diante desse fato, em 1947, o Bispo D. Adalberto Sobral decide transferir para lá a Irmandade de São Benedito, sob pretexto de que não ficava bem realizar em frente ao Seminário de Santo Antônio a grande festa que a Irmandade promovia todos os anos para o Santo. Desde então a Irmandade de São Benedito é a responsável por zelar e manter a integridade da memória histórica da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e continuam realizando com grande devoção a festa de São Benedito todos os anos no mês de agosto.

Igreja dos Remédios

Com o nome de Igreja Nossa Senhora dos Remédios foi construída em 1719, em estilo gótico estilizado, onde havia uma pequena e primitiva capela na praça Gonçalves Dias.

Por volta de 1798 foi destruída pelo tempo e sua reedificação foi feita pelo ermitão Francisco Xavier, protegida por comerciantes da época, que tinham como protetora, a Senhora dos Remédios, a Igreja se manteve e ainda se mantém como uma das mais bonitas e conservadas da cidade. Sua atual construção data de 1860.